As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024 deixaram um alerta importante: os pedidos de indenizações ultrapassaram R$ 6 bilhões, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). No mesmo período, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) registrou que a sinistralidade no segmento de seguros de danos saltou para 66,1%, bem acima da média histórica de 42,1%. Esse episódio é um exemplo marcante de como a ausência de planejamento em seguros pode gerar perdas financeiras críticas para famílias e empresas.
Contratar apenas pelo preço
A decisão muitas vezes é guiada pelo valor do prêmio, sem análise de coberturas, exclusões e franquias. Isso reduz custo imediato, mas aumenta a exposição ao risco.
Aceitar apólices genéricas
Seguros padronizados não consideram especificidades de cada pessoa ou empresa. Exemplo: uma frota de veículos corporativa exige cláusulas diferentes das de um seguro de automóvel individual.
Falta de revisão periódica
Alterações como aquisição de novos bens, expansão da empresa ou mudanças no padrão de vida exigem atualização da apólice. Sem isso, a proteção fica defasada.
Desconhecimento de exclusões contratuais
Muitos acreditam que seguros residenciais cobrem enchentes, mas, em diversos casos, essa cobertura precisa ser contratada separadamente. Descobrir isso apenas no momento do sinistro é um erro comum.
Ausência de consultoria especializada
Sem orientação técnica, o cliente fica vulnerável a produtos inadequados. Empresas, por exemplo, podem pagar caro por benefícios corporativos que não geram retenção de talentos nem garantem sustentabilidade da folha.
Ao longo dos próximos parágrafos apresento recomendações práticas para que famílias e empresas possam evitar falhas comuns e estruturar seguros de forma planejada.
Mapeie todos os riscos: patrimônio, saúde, frota, responsabilidade civil e continuidade de negócios. Para pessoas físicas, considere não apenas bens materiais, mas também previdência e seguros de vida.
Um corretor exclusivo que atue com múltiplas linhas de seguros pode integrar soluções, evitar duplicidades e reduzir custos. Esse acompanhamento também assegura atendimento ágil no momento do sinistro.
Leia com atenção cláusulas, franquias, limites e carências. Certifique-se de que eventos climáticos, como enchentes e deslizamentos, estejam previstos quando necessários. A clareza nesse ponto evita surpresas em situações críticas.
Acompanhar índices de sinistralidade ajuda a entender o comportamento do setor. A Susep registrou que, em maio de 2024, os sinistros diretos em seguros de danos no Rio Grande do Sul alcançaram R$ 1,69 bilhão, crescimento de 192,5% em relação a abril. Esses dados reforçam a importância de revisar apólices em regiões expostas a riscos climáticos.
Toda mudança relevante deve ser seguida de reavaliação contratual: compra de novo imóvel, renovação da frota, aumento de patrimônio ou expansão de operações empresariais.
Pergunte ao corretor: em caso de enchente, incêndio ou acidente de trânsito, qual o valor efetivamente pago pela seguradora? Quanto tempo leva para receber? Quais documentos serão exigidos? Esse exercício ajuda a medir a eficácia da proteção contratada.
Segundo a CNseg, em 2024, as solicitações de indenizações relacionadas às enchentes no RS já haviam superado R$ 6 bilhões, mostrando o peso financeiro de eventos extremos.
Dados da Susep apontam que a sinistralidade em seguros de danos atingiu 66,1% em maio de 2024, frente a 42,1% no mesmo mês de 2023.
O IRB Brasil RE informou que, no primeiro semestre de 2025, a sinistralidade geral do setor ficou em 41,9%, o menor índice desde 2014. Isso demonstra que, em períodos sem grandes catástrofes, é possível planejar e obter melhores condições contratuais.
Essas métricas confirmam a relevância de tratar seguros como ferramenta estratégica, e não apenas como custo obrigatório.
Famílias e empresas estão expostas a riscos que podem comprometer seu futuro financeiro. O caso emblemático do Rio Grande do Sul em 2024 mostra como a ausência de planejamento adequado gera prejuízos bilionários.
Convite: se você ainda não revisou suas apólices, este é o momento. Me mande uma mensagem e vamos conversar sobre como estruturar uma proteção que funcione de verdade para você.
CNseg. Solicitações de indenizações de seguros no Rio Grande do Sul já superam R$ 6 bilhões. 2024. Disponível em: https://cnseg.org.br/noticias/solicitacoes-de-indenizacoes-de-seguros-no-rio-grande-do-sul-ja-superam-r-6-bilhoes
Susep. Reflexo da tragédia no Sul: sinistralidade nos seguros de danos salta em maio para 66,1%. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/susep/pt-br/central-de-conteudos/noticias/2024/julho/reflexo-da-tragedia-no-sul-sinistralidade-nos-seguros-de-danos-salta-em-maio-para-66-1
IRB Brasil RE. Seguradoras registram a menor sinistralidade desde 2014. 2025. Disponível em: https://www.irbre.com/seguradoras-registram-a-menor-sinistralidade-desde-2014